Não é de hoje que ouvimos falar no baixo rendimento do ensino médio. O
índice do IDEB de 2011 revela que o índice nacional cresceu apenas 0,1, o que
significa que atingiu a meta de 3,7. Porém, se continuarmos nesse ritmo para
chegarmos ao índice tão sonhado de 6,00, levaremos mais de quarenta anos!
Precisamos de uma grande mobilização por essa etapa, pois uma educação
de qualidade nessa fase pode contribuir consideravelmente, ainda, no
desenvolvimento integral do indivíduo (não vamos falar aqui apenas de carreira
profissional, pois apesar de ser importante não é e nem deve ser o único foco
de formação do aluno).
O governo tem feito movimentos, entretanto sabemos que há,
principalmente, muitos interesses políticos. Fiquemos de olho:
Foi lançado pelo ministro da Educação, Aloízio Mercadante, o Pacto
Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. Trata-se de uma formação
continuada aos professores, que receberão R$ 200,00 por mês. Os encontros terão
duração mínima de três horas e serão semanais. Serão entregues tablets aos
educadores, que pelos mesmos consultarão os materiais pedagógicos. A proposta é
discutir, na primeira etapa, os temas: sujeitos do Ensino Médio; Ensino Médio; currículo;
organização e gestão do trabalho pedagógico; avaliação e áreas de conhecimento
e integração curricular. Na segunda, serão debatidas as áreas de conhecimento:
ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática.
A formação continuada é importante, mas é parte do problema. Pela baixa
remuneração professores suplementam suas cargas-horários, o que impedirá que
muitos participem da formação. Não é por acaso que faltam professores!
O Ensino Médio possui, além de controvérsias quanto ao currículo, falhas
na estrutura, valorização do profissional, etc. Está muito "jogado"
mesmo!
Esse pacto foi tão mal divulgado, discutido entre os professores, que
como saberão as reais necessidades dos mesmos?
Como atender necessidades de quem não se permitiu discutir tal tema?
Sempre que penso nisso tudo, na reforma da educação básica, transformação
de ensino, etc. penso sim em formação continuada. Na verdade, em uma extensão
da carga-horária, remunerada devidamente. Penso nos diálogos que podem ser
estabelecidos entre ministros e representantes de quem está na sala de aula,
está no mesmo chão que os educandos.
Se há falta de professores e se não há mudanças, a tendência é existir
cada vez menos pessoas dispostas a se dedicarem ao ensino, pior será a formação
inicial, e afundará mais ainda o sistema de ensino.
Enquanto não se ouvir, de fato, os educadores, que estão mais próximos
dos alunos, não valorizá-los, dificilmente haverá grandes mudanças!