05 fevereiro 2013

Por que tenho que perder tempo indo à escola?

A frase do título da postagem te lembra algo? Você a ouve com frequência?
Ela me incomodou muito durante um tempo - e continua incomodando -, então fiquei pensando em possíveis motivos que levam os alunos a dizerem-na. Seria porque as crianças/jovens não levam nada a sério? Ou, de fato, não encontrem funcionalidade nos conteúdos? Ou, ainda, nós educadores não saibamos contextualizar os assuntos? Enfim, as questões são muitas, porém colocar a culpa nos alunos é jogar a nossa responsabilidade e de tantos outros para eles apenas e culpar nós, professores, é colocar o peso de uma sociedade todo em nossas costas. É certo que há sim um problema na questão da inter e transdisciplinaridade, porém isso não é tudo.
Uma cultura que não valoriza o conhecimento dificilmente verá sentido em aprender coisas para um crescimento integral do ser humano.
O homem atribui qualidades para si a partir de bens que possui, dos lugares que frequenta e dos livros que lê, é como se tivesse várias facetas que o construíssem. O conhecimento, aqui, está ligado basicamente ao trabalho e, consequentemente, status; então, ele é apenas uma ferramenta.
Quando se passa a enxergar o homem como ser que, embora tenha várias tarefas, é homogêneo - digo, não é composto de partes externas que, simplesmente, são colocadas dentro dele - é possível compreender o conhecimento como ingrediente indispensável para o crescimento do homem. O conhecimento beneficia a humanidade.
Nós, profissionais da educação, tudo bem, estamos sim dentro disso tudo, inclusive cumprindo um currículo, muitas vezes, sem saber o motivo, porém é preciso repensarmos nossa prática.
Como queremos extravasar o social sendo que a escola mal está sendo boa para os indivíduos?
O pós-modernismo deixa tudo muito "jogado" e sem forma, porém como fugir de tudo isso?
Pra falar de uma mobilização social há muitas implicações, porém e se a fizermos a partir de nosso trabalho na escola? Não digo uma pessoa apenas pensar que pode salvar a pátria, mas levar reflexões pra todos em seu ambiente escolar. E sim, no cotidiano, mas não de qualquer jeito, pois precisa ser algo planejado, organizado e que atinja tanto aos professores e demais funcionários, como a toda a equipe: alunos, pais, gestão e comunidade.
Pode parecer óbvio, mas não é, na correria nos esquecemos dos "detalhes" que podem tomar grandes proporções de transformação na vida escolar, ao menos.


3 comentários:

  1. inicialmente, seria interessante uma mudança radical nas disciplinas escolares, pois é natural que não haja estímulo no aprendizado de algo não visivelmente funcional, ou melhor, funcional apenas para a concorrência de um vestibular. as crianças/adolescentes se apegam muito mais à vida social pelo fato de sentirem diretamente os efeitos nela produzidos, tanto de suas ações como das dos outros. porque não aproximarmos o que aprendemos ao que utilizamos realmente em nossas vidas?

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